terça-feira, 28 de julho de 2015

A TRILOGIA DAS CHAPADAS SE CONCRETIZA... PARABÉNS SEM RUMO (CHAPADAS DOS GUIMARÃES, DIAMANTINA E VEADEIROS)

Tudo começou em julho de 2013, quando o Sem Rumo deu início em seu projeto rumo as chapadas. Foram dois anos, começando pela chapada dos Guimarães (Mato Grosso), em julho de 2014 nos enveredamos pela chapada de Diamantina (Bahia) e por fim, neste julho de 2015 acabamos de retornar da chapada dos Veadeiros. 

Projeto concluído, nas próximas linhas vamos dividir com vocês um pouco dessa última e maravilhosa aventura. Começamos pelos componentes desta viagem:

Eric e sua Tiger 1200 (o grandão da viagem anterior, só que agora bem mais largo) e Felipe (aquele baixinho, dessa vez mais baixinho ainda) com sua Ducati Big Gigante Multistrada 1200. Os chamamos de ovelhas desgarradas do Sem Rumo, pois vão na frente sem ninguém ver e voltam primeiro sem ninguém saber. Em discussões com os outros integrantes concluímos que os dois devem ter negócios ilícitos e vivem fugindo, por isso evitam ficar muito tempo conosco. Ah! Importante ressaltar que houve uma disputa acirradíssima entre o Felipe e o Rene nesta viagem para ver quem é o menos baixinho do moto clube, resultado:

Felipe: 1m 51000000333333453769845032333333888777433332111
Rene: 1m 510000000333333453867777743333322222255557777000
Decidimos por empate técnico.
           
Continuando a descrever nossos companheiros... Alex Pandinha (o comilão), Nisflei (o bombadinho, prestes a explodir) Papel Padovan (o eterno Presidente que recebeu vários HIP HIP HURRAS!!!) com suas lindas e poderosas Tigers 800. Nosso querido e velho Marcio com sua velha fazer 600, sempre lento e tranquilo (se começar a enfartar agora dá tempo ainda de fazer outra viagem de moto), mas sempre junto. Ortega, para nossa alegria de volta depois de 2 anos, motivo foi tentar fazer uma curva a 250 km/h com sua Vulcan, descobriu que não era possível só depois que atravessou um pasto totalmente desgovernado, atropelou duas vacas e caiu no riacho. Mas agora retornou com sua super, ultra e fantástica Transalp 700, de procedência inquestionável. E com sua Versys 650, moto que já está com ele desde quando era pequenininho, Renezinho, que apesar de calçar 28 é um grande e eterno companheiro. E para finalizar, debutando no Sem Rumo, Toninho com sua Mid Night 950, gente finíssima. Leva 35 óculos na viagem, um para cada situação, troca de óculos até para escovar os dentes. Não sabemos direito se ele sabe quem realmente somos, pois tinha momentos que nosso Tó, assim chamado carinhosamente, errava de óculos.

A VIAGEM:
22/07 (quarta-feira): As ovelhas desgarradas já tinham partido de madrugada. Os demais se encontraram no primeiro posto da rodovia Bandeirantes com destino a Brasília, pois antes da Chapada iriamos para o famoso encontro Moto Capital. Dormimos em Pires Belo, distrito de Catalão (GO), fica uma dica de um bom hotel na beira da estrada para pouso.

23/07 (quinta-feira): Aterrissamos em Brasília, nos hospedamos no Hotel Singular, localizado no Núcleo Bandeirantes. Um hotelzinho para quem é bem pouco exigente, que é o nosso caso, o banheiro é o destaque, é tão pequeno que o chuveiro fica praticamente sobre o vaso sanitário, a vantagem é que dá para fazer as necessidades fisiológicas e tomar banho ao mesmo tempo. Após nos estabelecermos, nos restou bebemorarmos a chegada e a noite rumamos para o Moto Capital.






Importante destacar a organização e o espetáculo que é esse encontro, pessoas de todos os lugares do Brasil, senão da América. Uma estrutura fantástica, shows maravilhosos, enfim, um clima que vale cada minuto lá dentro. Conselho, quem é apaixonado por moto tem que ir pelo menos uma vez. Fechamos a noite assistindo, cantando e vibrando com os shows da Janis Joplin e Creedence covers.





24/07 (sexta-feira): Como bons brasileiros rumamos ao Palácio do Planalto, juntamente com infindáveis debates sobre política, falando mal de tudo e de todos, visitamos o congresso, a catedral, e adjacências. Mesmo puto com tudo e com todos que por lá residem atualmente, nos curvamos pela beleza do local. Ah! A Dilma fica muito bem escondida, não conseguimos acha-la... afinal era só o desejo de um efusivo abraço... não é Toninho???
A noite retornamos para o Moto Capital, mais moto, mais cerveja, muita gente de todas as cores e credos e mais shows. Destaque para a banda Baú Revirado, baita cover do nosso eterno Raulzito.









25/07 (sábado): Nosso companheiro Toninho, juntamente com seus 35 óculos, por força do destino teve que retornar nos deixando saudosos. Partimos rumo a Chapada dos Veadeiros (Ah! Mais uma vez os fugitivos desgarrados já tinham partido na frente). Destino a cidade de Alto paraíso de Goiás, a cidade mais esotérica do Brasil. Metade das pessoas que moram lá acham que existe disco voador, a outra metade tem certeza e trinta por cento dos que acreditam garantem que já foram abduzidos por seres extraterrestres e passaram um tempo em outra dimensão.





Agora se preparem para um dos momentos mais emocionantes da viagem. O Lucas, filhos do nosso companheiro Ortega, se encontrava acampando nesta exótica cidadezinha habitada pelos últimos hippies da terra. Saímos a sua procura, mas como são todos muito parecidos, pesam de 30 a 45 kg, cabelos enrolados de 1 m, roupas que reúnem todas as cores existentes, não comem nada além de mato, tomam banho quando lembram e ficam o tempo todo em torno de fogueiras balançando a mão e entoando cantos incompreensíveis, era uma tarefa difícil. Mas em uma decisão unilateral, eu o Presidente, comecei a gritar no meio da pracinha “LUUUUCCCCAAAAAA”.... “”LUUUUCCCCAAA” seu “PAAAAIIIII” chegooou... do nada, como um milagre (coisa muito comum nessa região) aponta de trás de um muro, ninguém menos do que Lucas, com seus companheiros hipongos. A alegria tomou conta de todos, nosso Ortega começou a chorar compulsivamente, os meninos começaram a dançar em roda, balançando a cabeleira. Por fim, no auge da festança tentaram jogar o Ortega para o alto, mas mesmo em dez malucos belezas não conseguiram devido a não estarem acostumados com esse tipo de atividade física. Depois nos encontramos várias vezes, Lucas e seus discípulos apareciam repentinamente do nada e nos abraçavam e festejavam, sempre muito simpáticos e nosso Ortega caia no choro...

A noite fomos para um vilarejo hippie chamado São Jorge, o lugar com mais poeira por metro quadrado que eu já estive em minha vida. Todos cantavam, dançavam, eram abduzidos e tocavam seus tambores incansavelmente. E nós que não sabíamos fazer nada disso e não usávamos roupas multicoloridas e a maior cabeleira era talvez o bigode do Rene, passamos despercebidos. Parecíamos uma trupe de homens invisíveis. Mas mesmo assim bebemos, jantamos, caminhamos e voltamos cada um com 1 kg de poeira para a pousada. Ah! A pousada que ficamos em Alto Paraíso merece destaque. Os donos apareceram no dia que chegamos, acredito que depois se desintegraram e foram para outro plano, ficamos com os cachorros e os gatos que lá habitavam. Apareceram dois dias depois para cobrar a diária e rapidamente... puff... viraram fumaça. 


26/07 (domingo): Resolvemos voltar para o vilarejo de São Jorge e visitar o Parque nacional da Chapada dos Veadeiros. Aí começou a tragédia de alguns companheiros e eu me incluo nessa. Nosso Ortega e por acharmos que é um grande amigo, nos fez abraçar a ideia de uma caminhada pelo parque. Ao chegar lá fiquei sabendo que não existia nenhuma caminhada de 500 m, ou no máximo 700 m, mas fui induzido, enganado, forçado a fazer uma de 9 km por uma trilha de pedregulhos, precipícios, enfim, algo interminável sob um sol escaldante, tudo isso para me banhar em uma cachoeira com água a 10 graus abaixo de zero. Nosso pandinha quase morreu, o Marcio ficou mais vermelho do que um tomate, o Rene perdeu a fala e eu até agora estou com o ciático fora do lugar. Enquanto isso, nosso comandante (Ortega) pôs uma maldita toalha na cabeça, se transformou em Moises e abandonou seus discípulos, por vezes nos esperava e dizia: “Caminhem pobres mortais, só assim conseguirão a salvação” e depois sumia. 
Ah! O leitor pode estar perguntando: E os ovelhas desgarradas? Já tinham partido pela manhã sorrateiramente.




















A noite tentando se recuperar fomos em busca de um bom vinho e uma pizza. Mas... no caminho, mal sabia Renezinho que estava prestes a ser vítima de um dos maiores golpes aplicados em Alto Paraíso. Do nada, salta em sua frente ninguém mais, ninguém menos que “Messias, o Salvador” nascido há dez mil anos atrás. Este hippie de estatura mediana, cabelos longos e embaraçados, sem ver água ou um pente neste século, emanava um odor digno de não passar despercebido. Dizia-se ser um ser enviado por forças celestiais e tinha como missão construir mandalas.

Adendo: Para quem não sabe, mandala é um emaranhado de arames enrolados que conforme você mexe muda de formato e tem como função salvar a humanidade.

A cada palavra de Messias, mais os olhinhos de Rene brilhavam. Quanto mais o salvador falava, Rene se sentia mais leve, mais humano, mais justo, mais leal, mais altruísta. Assim veia a frase derradeira, pela pequena bagatela de 100,00 Renezinho levaria aquela peça mágica para casa. Nada será como antes, uma vida nova estaria começando ali. As trombetas começaram a tocar em sua cabeça, luzes celestiais mostravam o caminho e sem relutar sacou uma nota de 100,00 e entregou para Messias, pegou sua bola de arame e saiu cantando. Todos nós olhávamos perplexo a cena. Ao nos afastarmos menos de uma quadra, o Salvador, juntamente com seus seguidores explodiram em gargalhadas, e começaram a rolar no chão. Depois de um tempo as palavras mágicas do Salvador começaram a sair da cabeça do Rene e ele começou a voltar ao normal, talvez nossas risadas ajudaram a cortar o efeito. Triste em seu canto, nosso amigo olhava sua mandala com uma mistura de amor e ódio. Enquanto isso Messias e sua equipe foi vista pela rua bebendo vinho, dançando e gritando: Hei... hei.. hei... Rene é nosso Rei... 





27/07 (segunda-feira): Como tudo neste mundo é finito, com nosso passeio não poderia ser diferente e começamos a retornar rumo as nossas origens. Pousamos na cidade de Aramina (SP) para um bom descanso e paz.
28/07 (terça-feira): Finda-se mais uma viagem do Sem Rumo após 2.850 km. Sete dias de sol e clima agradabilíssimo. Talvez foram as energias emanadas pelos cristais de Alto Paraíso, nunca se sabe.
Retornamos já planejando a próxima partida, pois são nas retinas dos olhos que carregamos nossas melhores fotos. Viajar é preciso...


GRANDE ABRAÇO AOS “SEM RUMO”.
PRESIDENTE AD PERPETUM INFINITUM VITALICIUM PARA SEMPRE PAPEL.

28/07/15

Veja o video de nosso aventura...!!! 

Temos também os videos engraçados...!!! (Só para lembrar dos momentos)